sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um sopro de mim


Porque é tão difícil escrever?
São tantas as palavras que se oferecem,
Mas como fazê-las decifrarem os mistérios
Que se escondem dentro de mim?
Como fazer do lápis voz para o silencio
Que ecoa nos cantos da alma?
Enxurrada pronta pra arrebentar uma represa,
Vendaval que anuncia tempestade.
Não sei dizer de mim
Mais do que me permito mostrar.
Temo e anseio por alguém
Que no rio caudaloso da minha vida
Nade contra a correnteza,
Que se ofereça ao mergulho profundo.
As cavernas ocultam segredo
O vulcão que explode no meu peito,
Porque não adormece e me deixa descansar?
Não sei usar os termos certos
Pra mostrar o que cisma em escapar de mim.
Como falar do não dito?
Dá pra explicar o que não se vê,
Mas se sente a cada respiração,
Na garganta que seca de repente,
No tremor do encontro de um olhar?
Não sei se escrevo sobre minhas dores
Ou sobre os sonhos sempre de plantão.
Não sei se digo dos amores
Que nem vem, nem se vão.
Traços rabiscados numa folha
Rimas forçada, perdidas e achadas
No silêncio de uma noite,
Um momento apenas.Um pouco de mim em linhas incertas.

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