sexta-feira, 29 de outubro de 2010

E o que não se esquece?

Acabo de ler no blog de uma amiga um texto intitulado "Passa, tudo passa!", onde ela diz que tudo passa até mesmo os sentimentos, os amores que tivemos. Engraçado é que antes disso estava conversando com outra amiga justamente sobre pessoas de quem continuamos a nos lembrar, com quem continuamos a sonhar mesmo quando já não há mais motivos para isso, quando estamos bem com outra pessoa, quando já não há espaço na nossa vida para certo sentimento. Mas será que isso tudo é suficiente para fazer o sentimento passar? Tenho a impressão de que (talvez infelizmente) não. Por mais que nos esforcemos, que relutemos em admitir, que nos recusemos a aceitar, de vez em quando lá estamos nós: sonhando com aquele rosto já meio apagado da lembrança, mas que ainda conserva os traços essenciais, ou ainda, sentimos um perfume, ouvimos uma música, sei lá mais o que... E aí nessas horas o sentimento já mais do que passado, volta. Umas vezes de maneira suave, outras parece um vulcão que explode no peito, só para lembrar que continua ali. Talvez o que passe seja o que nós éramos quando o tal sentimento aconteceu da primeira vez. A gente muda sim, a cada dia, cada instante... Mas acredito que sempre guardamos um pouco conosco desses sentimentos que foram fortes, que tiveram grande intensidade. Eles nos marcam de alguma forma, se juntam a outras coisas para nos fazer a cada dia. As relações acabam, os amores e paixões não duram para sempre, mas certa intensidade permanece em nós, nos compondo, nos fazendo... Sendo assim, tudo passa, algo sempre fica (paradoxal, né?). Num primeiro momento talvez isso pareça ruim, mas talvez não seja assim. Depois que a dor, a saudade, a incompreenção, e outros sentimentos se amenizam, o que fique talvez seja a lembrança de um olhar, que traz consigo um doce frescor.


Um comentário:

  1. Amiga,
    Transforma! Essa é a palavra! As coisas mudam. Ficam as boas lembranças...
    Fico feliz em ter te inspirado!
    bjinhoss

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