domingo, 28 de agosto de 2011

Dia do Psicólogo

Ontem, 27 de agosto, foi comemorado o dia do psicólogo. Para aqueles que possam ainda não saber, esta é minha profissão. Esse dia é uma oportunidade, creio, de pensar nossa prática, seja individual ou coletiva. Tentei fazer um pouco isso... 
Tenho quase um ano de formada oficial (coisas da UFF que demora a deixar a gente colar grau) e nesse ano acho que já experimentei um cado de coisas. Já passei pela insegurança que dá estar recém formada e pensar que não dá para se garantir só com a psicologia e é preciso arrumar qualquer outra coisas só para ajudar no início e perceber que "qualquer coisa" não é bem o que a gente quer fazer. 
Já passei, e ainda passo, pela crise de estar ocupando um lugar que não tem como rótulo o nome "psicólogo", mas venho descobrindo que o nome só não serve para nada e que ser psicólogo se trata de outra coisa. 
Hesitei e depois arrisquei experimentar possibilidades de trabalho que sempre acreditei não serem propícias para mim. Surpreendo-me constantemente ao perceber como estava enganada, ao percerber que a gente vai construindo nossa prática, criando nosso "corpo-psicólogo-at-monitor-e o que mais vier" para dar continuidade ao trabalho. 
Venho aprendendo que acolher, cuidar, escutar, criar, dar suporte são muito mais do que meras palavras, e que não se fazem de acordo com um manual de instruções. A gente aposta, confia, erra, tenta de outra maneira e vai vendo que existem tantas formas diferentes de se fazer e que nunca vai ser sempre igual...
Deixei o ninho (a segurança de estar num estágio fantástico, com supervisor incrível, com colegas também incríveis), confesso que com certa relutância, mas fazer o que?, era já o tempo... E também não quer dizer que às vezes não sinta uma vontade gigantesca de voltar para lá... Mas não "caí no mundo" sozinha. Tratei de ficar perto de quem estava vivendo a mesma aventura e disposto a compartilhá-la. A gente se ajuda, chora, ri, se diverte, fica "pau-da-vida" junto. A gente, apoia o trabalho um dos outros, compartilha as experiências, se supervisiona. Trabalhamos juntos e também analisamos o trabalho que temos feito. Sei que quando estou sentada na frente de um paciente no consultório ou acompanhando um outro pelas ruas, não estou sozinha, fazendo coisas que me deram na cabeça, mas tenho comigo pessoas comprometidas em pensar a clínica, e o que é ser psicólogo. 
É apenas o primeiro dia do psicólogo que comemoro de verdade. Só um ano ainda começando a engatinhar nessa prática, mas posso dizer que foi um ano de muitas intensidades. Só posso esperar que todos os outros que ainda virão tragam muitas intensidades mais. 
E ficam aqui meus agradecimentos...
aos meus companheiros GIRAntes,  às minhas  BOAs CIAs, aos limiantes, e aqueles que a gente encontra rapidinho e vai andando na rua, parando para conversar um pouquinho na Cantareira ou no corredor da UFF e muitos outros mais...
por estarem comigo neste ano e meu desejo de que continuem nesta caminhada comigo por longo tempo.


Um comentário: